sábado, 4 de dezembro de 2010

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LENDAS E MITOS


Antes dos tempos modernos, os ho­mens em várias partes do mundo criavam lendas para explicar o mundo tal qual o viam. Algumas dessas lendas contavam por que mudam as estações do ano, por que há aves migradoras, por que certo grupo de estrelas se encontra no céu etc. Tais histórias são também conhecidas como mitos.
Algumas lendas dos índios brasi­leiros são ligadas a fatos da natureza. Uma delas é a da Vitória-Régia, a bela planta aquática que enfeita as águas da Amazónia. Conta que uma formosa ín­dia, chamada Naia, apaixonou-se pela Lua. Mas, por mais que corresse atrás dela, jamais conseguia alcançá-la. Uma noite, andando pela mata ao clarão do luar, viu numa lagoa o reflexo da Lua, e, pensando poder tocá-la, atirou-se à água, onde afundou. Nunca mais foi vista. Mas o deus Tupã, por pena dela, transfor­mou-a na planta, que floresce em todas as luas. A flor, porém, só se abre à noite, para abraçar com suas pétalas a Lua.
Com relação aos animais, sao muito numerosas as lendas de nossos índios. O jabuti aparece nelas como astucioso, bem-humorado e amigo de discussão. O ma­caco, ágil e esperto, vence sempre pela rapidez com que toma a melhor decisão. O uirapuru é um pássaro de canto tão bonito que, dizem, quando canta, todos os outros da mata acorrem para ouvi-lo. Corre a lenda que traz sorte tê-lo em casa, nem que seja empalhado. Do boto, mamífero aquático da Amazónia, existe a lenda de que de noite se converte num lindo rapaz que vai aos bailes namorar as moças, voltando, de manhã, ao rio.
Alguns mitos referem-se a deuses e deusas, e têm estreita relação com as re­ligiões dos povos em que se originaram.
Se os romanos se contentaram, em geral, com a naturalização e o rebatismo dos deuses gregos, existe na Europa uma mitologia perfeitamente original, a dos germanos e escandinavos. Seu deus su­premo, herói de numerosos poemas e epopeias, chama-se ora Wotan, ora Odin. A esposa de Odin é Frigg ou Frigga, e o filho do casal é Balder, príncipe da luz.
Essas religiões e mitos são relativa­mente fáceis de conhecer, porque temos múltiplos textos que deles nos falam. O mesmo não sucede com as civilizações muito 
antigas, cujos testemunhos escritos são raros ou difíceis de compreender e in­terpretar.
Os egípcios, por exemplo, venera­vam muitos deuses amiúde representados com corpo de homem e cabeça de ani­mal. No entanto, não existiram uma civi­lização egípcia e uma religião egípcia, mas sim várias civilizações diferentes, correspondendo a épocas diversas e regi­ões diferentes. Se as obras de arte do Egito antigo revelaram ísis, a mãe dos deuses, ou Rá, o deus supremo, restam ainda muitos domínios incógnitos, sobre os quais os especialistas continuam a in­vestigar. Quanto ao panteão babilónio, salvo o conhecimento de alguns sábios, permanece quase totalmente ignorado; sabemos que o deus supremo era vene­rado sob o nome de Marduc, que a deusa Istar ou Astarté corresponde à Vénus romana e à Afrodite grega, mas, via de regra, nossa ciência não vai além.
Serão necessárias muitas pesquisas antes que sejam resolvidas todas as questões suscitadas por esses estudos.

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